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15/03/2013

Turismo Literário - Livro "Crepúsculo - Stephenie Meyer"

Tenho que falar sobre esta saga. É claro que aos poucos vou abordar sobre todos os livros cujas resenhas estão aqui mas este é um livro que merece uma atenção. Na verdade, este livro, esta saga, não saiu da cabeça dos leitores e creio eu, que ficará um bom tempo assim. Bom, como leitora eu não posso negar que a saga me encanta. Como Turismóloga, ou Bacharel de Turismo, preciso colocar que muitas visões poderiam ser diferentes. De qualquer forma, é interessante falar de como o primeiro livro da saga de mesmo nome, Crepúsculo, mudou definitivamente o turismo em alguns lugares.



La Push, Forks e Port Angeles. Tanto a comunidade, quanto as duas cidades, localizadas em Washington foram cenário do primeiro livro da saga. O que enfatiza os três é que nenhum, na verdade, era tão visto como é agora.
Na história de Stephenie Meyer, a cidade de Forks é onde Bella vive, onde passa um tempo na casa de seu pai, que é chefe de polícia da região. É exatamente nas florestas úmidas de Forks e na escola do local que ela conhece o vampiro pela qual se apaixona, Edward Cullen. La Push é a comunidade cuja praia é ponto de encontro de habitantes que formam um clã, exatamente de onde vem o lobisomem da história, Jacob, amigo de Bella. Port Angeles, por sua vez, fez crescer sua evidência por ser o local onde Bella e suas amigas vão comprar seus vestidos de formatura e onde Bella encontra, em uma livraria, informações que a levam a descobrir o que Edward é.
Ou seja, se repararmos, do ponto de vista geográfico, são locais que não tem um poder turístico muito aproveitado, por se tratarem de locais voltados pra outros tipos de economia. Mas, com o sucesso do livro, cada passo dos personagens tomou amplitude. Hoje o número de visitas em cada um destes pontos, sem esquecer inclusive Phoenix, a cidade onde a mãe de Bella vive, é praticamente o dobro, comparada ao número de visitas um ano antes do lançamento do livro.
Em termos de turismo, o potencial causado por este livro é simplesmente inegável. A questão, no entanto, é descobrir se os leitores perceberam essa capacidade, não só pelo gostar dos personagens, mas pela vontade em si de praticar a atividade turística, a curiosidade.


Quando a autora começou a escrever o livro, não tinha noção do que faria e do que o mesmo significaria. Mas ao definir o local onde a história se passaria, ela teve o cuidado de buscar informações sobre o lugar mais chuvoso que encontrasse, uma vez que o sonho que originou seu livro, mostrava um jovem vampiro e uma humana em uma floresta úmida. Assim, ela entendeu que Forks seria o cenário ideal. O mesmo aconteceu com a reserva de La Push e com as lendas descritas no livro. É, pessoal, ela teve o cuidado de conhecer a lenda dos lobisomens, usando inclusive nome de personagens lendários no livro. Phoenix, onde mora, foi exatamente onde encaixou mais alguns personagens, provando que às vezes, não é necessário viver de fantasia pra criar um universo diferente. E esperta ou não, suas ideias renderam ao mundo uma grande e nova possibilidade.

Como eu já comentei aqui, o turismo literário depende exclusivamente dos leitores. Os autores podem influenciar, conscientes ou não de tudo que podem acarretar com sua escrita, mas a prática depende apenas de quem é surpreendido por isso. A grande sacada, pra quem é turismólogo e deseja aumentar esse tipo de atividade, é fazer com que esses leitores não queiram ir aos lugares citados nos livros só por causa dos personagens apaixonantes, mas pelo despertar da vontade de viajar. Porque, querendo ou não, a maior parte da nossa intenção é confirmada se o leitor fechar um voo ao lugar desejado, esteja indo pelo motivo que for. Então, porque não influenciar o gosto pelas viagens sem objetos de impulsão? É esse pensamento que ainda falta neste segmento, que repito, é muito, muito recente. Quando eu falo de o que chamo de objetos de impulsão, falo de personagens, que encantam os leitores. Tudo bem que certos lugares só são descobertos por causa do impacto dos personagens e as pessoas não conseguem simplesmente descobrir lugares sobre a qual ninguém nunca comentou. Mas existem leitores que vão por causa deles e leitores que estão conscientes do sucesso da história e procuraram mesmo saber sobre os lugares. Chega a ser uma questão um tanto pessoal de abordar, porque depende muito do jeito de cada um.

Pra quem já está curioso em saber mais sobre isso, eu deixo claro que já existem agências de viagem preocupadas em criar roteiros, pequenos ainda, que incluam os locais onde ganharam vida os personagens de Crepúsculo. Apesar de ser novidade, parece que os resultados tem sido aparentes. A biblioteca que Bella visita, por exemplo, aumentou as vendas consideravelmente e até a escola descrita no livro, teve maior procura em termos de novos alunos. Ou seja, ainda que estejamos falando de pequenas mudanças, é possível entender que existe essa ramificação e que, se planejada e organizada, pode gerar um poder absurdo dentre os leitores. Quem não gostaria de ler um livro e visitar o lugar que mais o agradou? Garanto que a maioria dos leitores ávidos adoraria. Se as agências voltassem seus olhos pra este público, muita coisa seria diferente e até pros autores, a perspectiva poderia mudar.

Bom, particularmente, prefiro que os autores tenham conhecimento sobre as possibilidades que tem, mas continuem se deixando levar pela imaginação, pra que não haja tantos dados técnicos ao pensar os cenários. É uma linha tênue em termos de realização, mas é completamente possível contornar. Se algum de vocês fizer uma viagem aos lugares citados neste post, escreva pro Entre Livros! Vai ser um prazer perceber qual o olhar de vocês sobre o turismo nestes locais.

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