Ela chega as dez, a livraria acaba de abrir, mas antes passou do MC Donald’s para pegar dois cafés, desde que começou a trabalhar ali, no meio de muitos livros, sua vida passou a virar literatura... Pega seu avental vermelho e fica pensando porque um vendedor de livros de uma livraria no shopping precisa ter um uniforme assim.
São 10:10h e o movimento é fraco, ela precisa catalogar milhões de livros novos que chegaram, precisa tirar o pó das prateleiras empoeiradas e ainda sim separa um tempinho para admirar os lançamentos do mês, na verdade metade do seu salário fica lá na loja mesmo, não chega nem a entrar na sua conta bancaria, ela tenta ser esperta lendo alguns na própria livraria, mas quando o livro é bom, sente a necessidade de comprá-los para arquivar em sua coleção.
E o pessoal de lá é mais bem humorados do que ela imaginava antes de começar a trabalhar ali, todos compartilhavam uma paixão, eram fascinados e apaixonados pelo emprego que tinham, riam e se divertiam o expediente inteiro, e o clima só ficava chato quando a patroa mal humorada chegava.
Aquele não era um bom dia, por mais que tivera tempo para comprar o café, havia perdido a hora, o ônibus tinha quebrado e ela tinha milhares de metas de fim de ano para cumprir, naquele dia seus cabelos estavam desalinhados, e só tivera tempo de passar seu batom vermelho de costume...
Empilhava um conjunto de livros do lançamento da autora da série Harry potter, e se fosse confessar diria que não agüentava mais ver o titulo “Morte Súbita” espalhado pela livraria, estava distraída analisando o Call seu parceiro de vendas atendendo uma mocinha bem atrevida para a opinião dela... Nova, loira com olhos azuis e um tanto bonita, isso a encheu de ódio ao se lembrar que ela estava numa condição péssima e com um cabelo estilo juba de leão.
Foi nessa distração que toda a pilha de livros caiu no chão com um estalo que parou a livraria. Ela pensou em sumir, mas apenas lembrou que aquele não era um bom dia! Buuuum, era necessário recolher livro por livro e começar tudo de novo, mas o Call em um impulso natural, correu para ajudá-la e os dois na hora que terminaram de recolher os livros, já estavam rindo como se nada tivesse acontecido, o papo estava tão bom que ela até tinha se esquecido da menina de cabelos loiros, foi quando ela olhou para o lado e deparou-se com a menina olhando, Call que também percebeu, olhou para loira e lhe perguntou o seu nome, ela chamava-se Liza, a Liza deu um sorriso e falou que os dois funcionários formariam um belo casal.
Ainda com seus cabelos bagunçados ela trocou um olhar confuso com Call, e este sorriu para Liza dizendo que eles formavam mesmo um casal realmente lindo, piscou para ela que para disfarçar a confusão causada pelas palavras do amigo ficou olhando para seu avental vermelho, ela não entendeu nada, pois até então pensava que eles só eram amigos.
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